02 abr 2019

A Modelação em GPI

Categoria Tendências na área da construção civil
  • A Modelação em GPI
Desde a Década de 90 que foram investidos em Portugal mais de 8 mil milhões de euros em sistemas de abastecimento de água, drenagem, tratamento de águas residuais e gestão de resíduos urbanos, resultado de um forte apoio de fundos comunitários. Fruto deste investimento, verifica-se hoje que o país se encontra adequadamente servido destes serviços cumprindo, salvo raras exceções, com o quadro normativo comunitário em matéria ambiental.
 
Passado este ciclo de infraestruturação, passámos em Portugal por uma crise de financiamento ainda com fim incerto, que tem servido, pelo menos, para alertar as várias entidades dirigentes e gestoras para a necessidade de rentabilizar e maximizar as infraestruturas existentes. Neste âmbito, tem sido notória a mudança de paradigma nas várias partes interessadas com uma aposta crescente na manutenção preventiva e atividades de reabilitação, como forma de garantir elevados níveis de serviço e um prolongamento da vida útil de equipamentos, numa perspetiva de assegurar a sustentabilidade económica e financeira dos serviços nos médio e longo prazo.

A abordagem que mais amplamente tem sido utilizada e fomentada inclusivamente pela Entidade Reguladora é a Gestão Patrimonial de Infraestruturas (GPI). Se por um lado é necessário assegurar as exigências de desempenho, como a qualidade do serviço prestado, por outro lado, as infraestruturas são sujeitas a diferentes fatores, assim como à incontornável velocidade de degradação ao longo do tempo, com necessidades díspares de reabilitação ou de substituição. Através da GPI é possível assegurar uma racionalidade dos investimentos e custos operacionais face aos objetivos de serviço pretendidos. Ou seja, muito simplificadamente, numa qualquer entidade gestora, a GPI é uma abordagem integrada que abrange toda a organização, na tentativa de assegurar um equilíbrio entre o desempenho da atividade, o custo e o risco, numa perspetiva de sustentabilidade a longo prazo (Alegre e Covas, 2010).

Num contexto em que é necessário aumentar os níveis de cobertura de serviço, a GPI incide sobretudo no planeamento e construção de novos sistemas. Numa situação mais evoluída, a GPI tende a centrar-se na gestão eficiente e sustentável dos sistemas existentes, através da busca de soluções de melhoria de desempenho ou do planeamento de manutenção e reabilitação.

Como em qualquer tipo de planeamento, a caracterização e diagnóstico da situação é fundamental na busca de caminhos eficazes. Para o efeito pode recorrer-se a diversos instrumentos e tecnologias com diversos fins como:

       • recolha de dados (e.g., caudal, pressão, qualidade da água; levantamentos cadastrais e topográficos);
       • armazenamento, processamento e disponibilização de dados (como sistemas de informação geográfica, sistemas de telegestão, etc.);
       • modelação (programas de simulação hidráulica e de qualidade da água, etc);
       • análise, avaliação e previsão (como análise de consumos, avaliação de desempenho, análises de custo-benefício, etc);
       • instrumentos integrados de apoio à decisão.

Os modelos de simulação, não sendo fundamentais para o desenvolvimento de GPI, têm a particularidade de ser transversais aos fins anteriormente descritos, permitindo integrar dados de natureza diversa com processamento dos mesmos para criar cenários de análise, avaliação e previsão para apoio à decisão.

Esta versatilidade de utilização torna os modelos instrumentos de excelência de uma GPI, permitindo a elaboração de ações tão diversas como:

     • o dimensionamento de novos sistemas ou a simulação de alterações a sistemas existentes;
     • o apoio à elaboração de planos de desenvolvimento tático, através da variação de diversos parâmetros em simulações estáticas ou ao longo de um período temporal;
    • a previsão do funcionamento do sistema em situações excecionais, como ruturas em condutas de abastecimento de água em determinados locais ou eventos meteorológicos extremos em redes de drenagem;
     • a recolha de dados para a elaboração de mapas de sensibilidade ou de risco;
     • a análise de sensibilidade do sistema à variação de determinados parâmetros ou a alterações que possam ocorrer na arquitetura dos sistemas;
     • apoio à programação de intervenções no sistema, de origem diversa como a reabilitação de coletores e condutas, a substituição de órgãos e/ou de equipamentos, etc.

Na Central Projectos estamos atentos à evolução das necessidades das entidades gestoras, tendo reunido uma equipa capacitada para dar apoio na elaboração de modelos hidráulicos de redes de distribuição de água e drenagem de águas residuais para os mais diversos fins.

Bibliografia:
Alegre, H., Covas, D. (2010). Gestão patrimonial de infra-estruturas de abastecimento de água - Uma abordagem centrada na reabilitação. ERSAR, GT16, Lisboa, ISBN 978 989 8360 04 5
 
B. Henriques
 

 
 
 
 
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