"As águas residuais são um recurso, nunca um problema".
Vivemos numa sociedade
global onde os desperdícios e os resíduos têm de ser vistos como fonte
de riqueza e matéria prima na obtenção de produtos para, praticamente,
todo o tipo de indústria e de utilização. O tratamento de resíduos é,
cada vez mais, uma forma de reaproveitar os mesmos em vez de os "tratar"
para armazenamento por tempo indefinido em aterros, tanques, silos ou
mesmo no leito marítimo.
Se a reutilização, a
reciclagem e a transformação de resíduos forem vistos como oportunidades
de negócio pelos Estados e pelo mundo empresarial, em vez do simples
depósito de resíduos de todo o tipo - em que uma entidade é paga para
receber "lixo" que localiza, sob contestação popular e disputas legais,
próximo de povoações e de reservas agrícolas e/ou ecológicas, com riscos
reais de contaminação - mas para a criação de indústria responsável, as
comunidades poderão tirar efetivo partido económico e social de uma
atividade que se quer desenvolvida na resolução de um dos maiores
problemas do planeta.
Sistemas eficientes de
criação de produtos obtidos a partir dos resíduos, tais como os da ETAR
de Getafe, são os sistemas que toda a indústria de resíduos deveria
possuir. A ETAR de Getafe é vista como uma "biofábrica", aproveitando os
resíduos para produção diária de 2 toneladas de estruvita - um composto
rico em fósforo utilizado na agricultura - ao mesmo tempo que produz a
sua própria energia elétrica, num sistema praticamente autónomo e
sustentável.
AFreire
Fonte: https://www.noticiasparamunicipios.com/noticias-destacadas/getafe-el-oro-blanco-de-madrid-se-produce-en-la-edar-sur/
Foto: Jesús Valbuena