31 mai 2019

Verificação das Condições Estruturais de uma ponte em Betão Armado

Categoria Estruturas
  • Verificação das Condições Estruturais de uma ponte em Betão Armado

As pontes foram construídas para facilitar a ligação entre dois pontos separados por um obstáculo. Muitas destas pontes são em estrutura de betão armado e proporcionam acesso a milhares de veículos automóveis e a outros meios de transporte. Por esse motivo, é importante que elas estejam em condições adequadas de segurança e de utilização. Será fundamental, verificar e inspecionar regularmente as condições estruturais das pontes, para averiguar a necessidade de uma reparação pontual ou eventual reforço dos elementos estruturais.

 

Há algumas características que influenciam a vida útil de uma ponte de betão armado, como sejam a fadiga e o aparecimento de patologias. Segundo Helene, P. & Figueiredo, E.P (2003), a maior percentagem dos problemas patológicos encontrados nessas estruturas (cerca de 40%), são provenientes da fase de projeto. Das diversas patologias em elementos de betão armado destacam-se a fissuração, carbonatação do betão e consequente corrosão das armaduras, destacamento ou delaminação do betão de recobrimento, reação álcali-agregado, entre outras. Muitas destas variáveis são controladas na fase de projeto.

 

Para realizar uma verificação das condições estruturais de uma ponte de betão armado, Vitório (2013) sugere um guia que composto por 3 etapas: inspeção da ponte, análise do projeto (original e eventuais alterações efetuadas no decorrer da obra, se for o caso) e elaboração do relatório final.

 

 

Na fase inicial, para a inspeção da ponte de betão armado, é necessário inspecionar todos os elementos estruturais por tipo de elemento (vigas, pilares, tabuleiro da ponte, aparelhos de apoio, fundações, terreno de fundação, e outros relevantes), assim como os respetivos materiais que os constituem, nomeadamente o tipo de betão aplicado e o tipo de aço. Nesta análise devem ser observados ainda os restantes elementos da ponte como sejam os revestimentos, juntas de dilatação, guardas de segurança, entre outros. Nessa fase é importante averiguar o estado de conservação da estrutura, a existência patologias, deformações significativas, fissuração excessiva e degradação superficial do betão.
Ainda nessa fase, é recomendada a utilização de ensaios destrutivos e não destrutivos para validação e comparação das condições atuais da estrutura com os pressupostos definidos em projeto. É de grande importância que ocorra a realização de ensaios de cargas estáticas (para medir deformações e deslocamentos verticais) e cargas dinâmica no tabuleiro.

 

 

Na segunda fase de verificação do projeto, é necessário realizar uma análise cuidada das plantas estruturais e de pormenorização das armaduras, assim como uma análise ao esquema estrutural e ao dimensionamento estrutural. Nesta fase deve ser elaborado um relatório técnico onde sejam identificados eventuais erros de dimensionamento ou de projeto.

 

 

Por último será necessário realizar um relatório final com os resultados das análises realizadas "in situ", resultados obtidos nos ensaios efetuados e análise aos projetos elaborados. 
O Eurocódigo 1 (NP EN 1991-2) Ações em estruturas. Parte 2: Ações de tráfego em pontes, define modelos de carga e de fadiga a serem considerados em projetos de pontes em betão armado. Para pontes que necessitem de reforço estrutural, pode-se optar pelo reforço com adição de vigas ou protensão externa como também pelo alargamento do tabuleiro. Em momento algum deve ser ignorada a capacidade resistente do solo de fundação e das próprias fundações.

 

 


A Infraestruturas de Portugal, maior concessionária nacional de estradas, considera 4 tipos de inspeção em pontes rodoviárias: inspeção principal, inspeção de rotina, vistorias e inspeção subaquática. Para cada uma é definido um ciclo de inspeção. Segundo Lopes (2016), a infraestruturas de Portugal classifica as obras de arte de acordo com seu estado de condição (EC de 0 a 5) e nível de risco de cada componente ( risco baixo, médio ou alto).
A Central Projectos preocupa-se com a qualidade e assertividade dos seus projetos para garantir o tempo adequado de vida útil às estruturas projetadas. Para isso, conta com uma equipa técnica especializada e focada em garantir projetos que resultem em obras de qualidade, eficientes e económicas.

 

Autor: AG

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