As aeronaves não tripuladas (ANT)
não são por si só equipamentos inovadores, uma vez que a sua utilização é já
vulgar nas áreas militar, comercial, industrial e até de lazer. Têm vindo, no
entanto, a ser cada vez mais usados criativamente na Construção Civil,
assumindo-se como uma das novas tendências nesta área. Refira-se ainda que a
utilização de Drones é já prática comum ao nível da inspeção de coletores e
condutas.
A inovação passará pela utilização
destes equipamentos como referência, em campos bastante distintos da área da
construção civil, como os que se apresentam de seguida:
- Acompanhamento de obra;
- Levantamentos topográficos;
- Renderização de modelos 3D;
- Transporte de materiais no
perímetro da obra;
- Atividades de proteção civil
e de segurança;
- Obtenção de Imagens e Vídeos
de obra;
- Obtenção de Imagens térmicas;
- Elaboração de Inspeções de
em zonas de acesso difícil;
- Obtenção de nuvens de pontos
com Laser;
- Passagem de cabos em vales difíceis.
Registam-se ainda por todo o mundo
outras aplicações ao nível da investigação relativas a estes equipamentos,
algumas delas já não tão recentes, destacando-se a título de exemplo a construção de uma ponte de corda em Zurique com 7,4
metros de comprimento utilizando apenas drones autônomos em 2015.
Entre as vantagens oferecidas pelo
uso destes equipamentos estão a eficiência, o aumento do alcance, o apoio ao
software de modelação, a redução de custos, a otimização de recursos e a
beneficiação ao nível da segurança. Não obstante, registam-se também opiniões que
contestam os benefícios indicados, centrando-se as críticas em variados argumentos
tais como, a invasão da privacidade, a eliminação do uso de alguns equipamentos
tradicionais da construção civil e a ocorrência de acidentes e perturbações
aéreas.
A nível nacional,
para vencer os novos desafios ao nível da segurança, especialmente da proteção
das pessoas, dos bens no solo e das outras aeronaves no ar, passaram a existir
as regras de segurança obrigatórias estabelecidas pela ANAC (Autoridade
Nacional da Aviação Civil). Estas encontram-se definidas no Regulamento n.º
1093/2016, publicado a 14 de dezembro, que foi recentemente complementado através
do Decreto-Lei n.º 58/2018 de 23 de Julho. No entanto, e no seguimento do que
se encontra já a ser desenvolvido em outros países, encontra-se ainda em aberto
a análise ao sistema de gestão de tráfego por parte do nosso país. A estratégia
nacional Portugal Espaço 2030 já aprovada pelo Governo prevê, segundo a APANT
(Associação Portuguesa de Aeronaves Não Tripuladas), uma estratégia de
investigação, inovação e crescimento que terá influência sobre estes
equipamentos.
A Central Projectos está atenta a todo o tipo de tecnologias e
inovações que vão sendo desenvolvidas para incorporação na sua área de
intervenção, tanto ao nível do projeto, como do acompanhamento da execução de
obra. Está no entanto também alerta, para os inconvenientes e para as condições
necessárias ao cumprimento da regulamentação aplicável.
Atualmente utilizamos já técnicas e
programas informáticos que permitem a transformação de dados e de parâmetros em
formas geométricas, permitindo a sua utilização em projeto. A informação obtida
através de Drones aliada a estas técnicas de análise oferece uma otimização de
custo e tempo que nos permite desenvolver novas soluções inovadoras ainda há
pouco tempo inacessíveis.
C. Carvalho
Imagens em:
http://www.geospatialworld.net
http://www.spar3d.com